4º Bimestre / Aula 7 - Roma Antiga

 

Roma Antiga

A cidade de Roma nasceu como uma pequena aldeia e se tornou um dos maiores impérios da Antiguidade.

Situada na Península Itálica, centro do Mediterrâneo europeu, Roma era o centro da vida política e econômica da região.

O mito da fundação de Roma

A história da fundação de Roma está ligada a uma origem mitológica. Segundo a lenda mais tradicional, os dois irmãos gêmeos, Rômulo e Remo, participaram da fundação da cidade após terem sido abandonados no rio e salvos por uma loba que os amamentou, mantendo-os vivos. Mas por que os irmãos gêmeos foram abandonados no rio?

Lupa Capitolina: loba com Rômulo e Remo.

Rômulo e Remo seriam descendentes de Eneias, um guerreiro e nobre troiano, filho da deusa Vênus e de Anquises. Eneias havia saído de Troia após a cidade ter sido destruída pelos gregos no desfecho da vitória na famosa Guerra de Troia. Vagando pelo mar Adriático, Eneias chegou à região do Lácio, onde anos mais tarde Rômulo iria construir Roma. Eneias aproximou-se da população local, conseguindo ainda se casar com Lavínia, filha do rei Latino. Fundou a cidade de Alba Longa, iniciando a adoração aos deuses que cultuava em sua cidade de origem.

Filho de Afrodite, Eneias  foi um guerreiro em Tróia e, com a ajuda da mãe, conseguiu escapar com vida da cidade destruída pelos gregos, após a Guerra de Tróia. Após o conflito Eneias trava uma viagem pelo Mar Mediterrâneo, até chegar à península itálica, tornando-se o primeiro ancestral de todos os romanos. Suas peripécias são contadas pelo poeta romano Virgílio, em seu poema épico "Eneida".

A cidade cresceu, mudando a vida das pessoas que habitavam na região de Alba Longa. O primeiro rei da cidade foi Ascânio, filho de Eneias, que gerou uma descendência no comando da cidade. Após 12 gerações, nasceram Rômulo e Remo, os gêmeos filhos de Reia Sílvia.

Reia Sílvia, que era filha de Numitor, rei de Alba Longa, era uma vestal – nome dado às sacerdotisas virgens da deusa Vênus. Reia havia se tornado uma vestal por ordem de Amúlio, irmão de Numitor. O objetivo de Amúlio era ocupar o trono da cidade de Alba Longa e, para isso, depôs Numitor, matou todos seus filhos homens e tornou Reia uma vestal, para que ela não gerasse descendentes. O objetivo era impedir que os filhos de Reia competissem com ele para conseguir o poder na cidade.

Reia Sílvia (em latim Rhea Silvia) foi a lendária mãe de Rômulo e Remo, fundadores de Roma.

Mas Reia Sílvia engravidou, indicando que o pai era o deus Marte. Ao saber do nascimento dos gêmeos Rômulo e Remo, Amúlio ordenou que as crianças fossem jogadas no rio Tibre. Entretanto, as águas empurraram o cesto em que estavam as crianças para as margens do rio. Nesse local, eles foram encontrados por uma loba que os amamentou, mantendo-os vivos. Ao passar pelo local, um pastor viu as crianças e levou-os para serem criados em sua aldeia.

Marte e Reia Sílvia (1616 - 1617) - Pierre Paul Rubens Viena - Liechtenstein Museum

Rômulo e Remo cresceram como pastores e caçadores, tornando-se adultos fortes. Nesse período de sua vida, foram descobertos por Amúlio. O rei conseguiu capturar um dos irmãos, Remo, após a participação dos dois em um evento esportivo. Tanto Amúlio quanto Rômulo e Remo passaram a saber que eram descendentes de Eneias e tinham direito ao trono.

Os irmãos gêmeos se revoltam contra a tirania na Itália pré-romana e, em seguida, chegam a uma divisão em seus caminhos enquanto lideram seu povo para a fundação de uma nova cidade.

Os gêmeos souberam também que eram netos de Numitor. Com o conhecimento de sua origem e da ação de Amúlio para se tornar rei, Rômulo e Remo vingaram seu avô, depondo Amúlio e colocando Numitor no trono.

Representação do rei de Alba Longa Numitor, descendente de Eneias o troiano, e pai de Rhea Sílvia e Lauso. Foi banido da pátria por Amúlio, seu irmão mais jovem, representado à direita. 

Mas os gêmeos não ficaram em Alba Longa. Eles decidiram fundar outra cidade, no local onde haviam sido abandonados. Construíram muros, mas não sabiam quem iria governá-la, já que, por serem gêmeos, não havia um que fosse mais velho que o outro. Para decidir sobre isso, cada um subiu em um dos sete morros da região – Remo, no morro Aventino, e Rômulo, no morro Palatino – para esperar um presságio que decidiria a disputa.

Mapa esquemático com as sete colinas de Roma. A cidade foi fundada em 753 a.C. sobre uma das Sete Colinas: (Capitólio, Quirinal, Viminal, Esquilino, Célio, Aventino e Palatino) que rodeavam a comunidade primitiva.

Remo recebeu o primeiro presságio: seis abutres. Rômulo recebeu seu presságio depois: doze abutres. Os partidários de Remo saudaram-no como rei por ser o primeiro a receber as aves. Os partidários de Rômulo também o saudaram como rei, pois havia recebido um número maior de aves. Mas durante a disputa que se iniciou, Rômulo acabou por matar Remo. Com a morte do irmão, Rômulo tornou-se o primeiro rei da nova cidade, que recebeu o nome de Roma em sua homenagem.

Com Rômulo iniciava-se também o período da Monarquia em Roma. Essa história permite ao leitor perceber que no mito de origem da cidade de Roma há uma forte ligação com a civilização grega, já que Eneias fez parte da história dos gregos. A lenda explica como desde o início a civilização romana buscou se aproximar da civilização grega, compartilhando uma origem cultural comum.

Monarquia Romana (753 – 509 a.C.)

Para além dos mitos de fundação, a cidade de Roma foi formada, em 753 a.C., por meio da reunião de diversos povos que viviam naquela região, em especial os italiotas (dentre os quais os latinos), os etruscos e os grego, também conhecidos por povos indo-europeus.

Em seus primórdios, Roma se constituiu em uma monarquia, na qual o rei acumulava poderes executivos, judiciários e religiosos. Mesmo sob regime monárquico, havia a figura do poder legislativo, ocupado pelo Senado e pela Assembleia Curiata (ou Cúria).

Já nesse momento, a sociedade romana se estruturou da seguinte forma:

  • Patrícios: grandes proprietários de terra;
  • Plebeus: pequenos proprietários, agricultores, comerciantes e artesãos;
  • Clientes: homens livres e sem posses que viviam como agregados dos patrícios;
  • Escravos: recrutados através de guerras e por dívidas.

Ao todo, sete reis governaram Roma durante a primeira fase de sua história. Destes, os três últimos possuíam origem etrusca.

Tarquínio, o Soberbo, fazendo-se rei. Lúcio Tarquínio Soberbo (em latim Lucius Tarquinius Superbus; 535 — 496 a.C.), conhecido como Tarquínio, o Soberbo , foi o último rei de Roma e o terceiro dos reis Tarquínios. Reinou de 535 a.C. até 509 a.C..

Em razão de conflitos internos, o Senado destituiu o último rei etrusco, Tarquínio, o Soberbo, e passou a exercer suas funções, fato que marcou o fim da monarquia e início da República.

República (509 a 27 a.C.)

SPQR, uma abreviação para Senatus Populus Que Romanus (latim clássico: [sɛˈnaːtʊs pɔpʊˈlʊs kᶣɛ roːˈmaːnʊs]; em português: "O Senado e Povo Romanos"; ou mais livremente "O Senado e o Povo de Roma"), é uma frase abreviada emblemática que se refere ao governo da antiga República Romana.

O governo romano durante a República foi exercido a partir de três órgãos principais: 

  • o Senado, responsável por criar as leis; 

  • as Assembleias, responsáveis por votá-las; 

  • e a Magistratura, conjunto de cargos eleitos pela Assembleia Centuriata que exerciam funções específicas para executar as leis.

A Magistratura era composta pelos seguintes cargos:

  • Cônsules: dois cônsules eram eleitos para o mandato de um ano, e entre suas funções estavam a de presidir o Senado e a Assembleia;
  • Pretores: encarregados de tarefas judiciárias;
  • Edis: responsáveis pela administração do espaço urbano;
  • Censores: contabilizavam a população e sua renda;
  • Questores: administravam o tesouro público.
Economia e sociedade

Expansão territorial 

Durante a República, Roma viveu uma grande expansão territorial, incorporando áreas da Europa, da Ásia e do norte da África.

Para expandir seu controle sobre o Mar Mediterrâneo, importante rota comercial da Antiguidade, Roma entrou em guerra com Cartago, cidade localizada no norte da África, de origem Fenícia, e que possuía domínio sobre o comércio marítimo da época.

Esse conflito, conhecido como Guerras Púnicas, foi vencido por Roma e durou de 264 a 146 a.C., estabelecendo o controle dos romanos sobre o Mar Mediterrâneo e aumentando significativamente o número de escravos em Roma.

Escravidão Romana

Revoltas Plebéias ( 494 a.C. - 287 a.C.)

Apesar das grandes expansões territoriais, a estrutura social e a condição de vida dos plebeus provocaram diversas revoltas em Roma. Com medo de uma rebelião interna, os patrícios aceitaram diversas reformas nas instituições romanas durante o período da República.

Na Roma Antiga, a plebe não tinha acesso a magistraturas e, revoltada com o arbítrio dos magistrados patrícios, em 494 a.C. saiu da cidade e se dirigiu ao monte Sagrado, com o objetivo de fundar ali uma nova cidade. Essa revolta foi denominada Revolta do Monte Sagrado ou Primeira Secessão da Plebe (em latim: Secessio plebis). 

A principal conquista das Revoltas Plebeias foi a criação do “tribuno da plebe”, um cargo que permitia aos plebeus possuírem representação política. Os dois principais tribunos da plebe foram os irmãos Tibério e Caio Graco que, entre outras propostas, tentaram implantar a reforma agrária.

Os irmãos Graco.

Sem êxito, os irmãos Graco acabaram assassinados. Dessa forma, apesar da conquista de direitos por parte dos plebeus, o sistema político em Roma continuou sob controle dos patrícios.

A fase final da República foi marcada por crises sucessivas, que levaram à criação de dois triunviratos, ou seja, a divisão da administração entre três governantes.

O Primeiro Triunvirato foi formado em 60 a.C., e era composto por Júlio César, Pompeu e Crasso. Após a morte de Crasso, Júlio César derrotou Pompeu e foi declarado Ditador Vitalício de Roma.

Contudo, após entrar em conflito com o Senado, Júlio César também acaba assassinado, e um Segundo Triunvirato é formado, desta vez por Marco Antônio, Otávio e Lépido.

Novamente os três governantes entram em conflito, e Otávio sai vencedor. Dessa vez, sem nenhum rival com chances de derrotá-lo, Otávio é declarado imperador de Roma, dando início ao terceiro período de sua história.

Império (27 a.C a 476 d.C.)

O Império Romano foi responsável pela centralização política e pela adoção de características monárquicas que o distanciavam da República.

Império Romanodurante o governo de Trajano no ano 117 d.C.: Províncias imperiais são sombreadas em verde, províncias senatoriais são sombreadas em bege e estados-clientes são sombreados em cinza.

Esse período é dividido em Alto Império, entre os século I a.C. e III d.C., e Baixo Império, entre os século III e IV d.C..

O Alto Império, iniciado com o governo de Otávio Augusto (título que significava “divino”) foi marcado pela estabilidade das conquistas territoriais e pela manutenção do escravismo. No âmbito interno, Otávio consagrou a política do “pão e circo”, que consistia em distribuir alimentos e promover grandes espetáculos, como os combates entre gladiadores, para entreter as massas e coibir revoltas.

Nas arenas (a mais famosa era o Coliseu de Roma), os gladiadores lutavam entre si, utilizando vários armamentos como, por exemplo, espadas, escudos, redes, tridentes, lanças, etc. Participavam também das lutas montados em cavalos ou usando bigas (carros romanos puxados por cavalos). Muitas vezes estes gladiadores eram colocados na arena para enfrentar feras (leões, onças e outros animais selvagens).

A relativa estabilidade conseguida no período, sem grandes contratempos militares, ficou conhecida como “Pax Romana”.

Após a morte de Otávio (14 d.C.), o trono romano foi ocupado por várias dinastias, e até o fim do império alguns governantes se destacaram.

Diante da redução do expansionismo romano, a economia romana, então dependente da mão de obra escrava, começou a apresentar sinais de declínio que influenciaram a estabilidade do Império.

Depois de longos anos de perseguição aos cristãos, o Imperador Constantino, através do Édito de Milão, encerra oficialmente as perseguições em 313 d.C.

Ainda sob o governo de Constantino, a capital do império é transferida de Roma para Constantinopla, na porção Oriental do Império, no ano de 330 d.C.

A mudança se deveu ao fato de Constantinopla possuir uma economia não tão dependente do trabalho escravo e estar menos vulnerável às invasões de povos bárbaros, que começavam a ameaçar o Império.

Como última tentativa de salvar Roma, o imperador Teodósio transforma o cristianismo na religião oficial romana, através do Édito de Tessalônica, em 391, e divide o Império em dois: o do Ocidente, com capital em Roma, e o do Oriente, cuja capital era Constantinopla.

Menos de cem anos depois, o Império Romano do Ocidente não resiste às invasões bárbaras e cai em 476. O Império Romano do Oriente, por sua vez, sobreviveria ao longo da Idade Média, e daria origem ao Império Bizantino.

Atividades

1) Após a queda do Império Romano do Ocidente com a capital em Roma, floresceu o Império Romano do Oriental. Pesquise a história desse novo império que surgiu a partir da divisão do Império Romano, também conhecido como Império Bizantino.

2) Descreva como ocorreram as invasões e migrações bárbaras que desarticularam o Império Romano do Ocidente, levando a queda de Roma em 476 d.C.

Referências 

Texto explicativo

https://escolakids.uol.com.br/historia/romulo-remo-e-a-fundacao-de-roma.htm

https://www.todamateria.com.br/roma-antiga/

https://www.sohistoria.com.br/ef2/roma/

https://www.todoestudo.com.br/historia/roma-antiga

https://www.infoescola.com/historia/roma-antiga-monarquia-republica-e-imperio/

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Imagens e vídeos

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